segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Otona no miru ehon - Umarete wa mita keredo (1932)


Ver um filme de Yasujiro Ozu pela primeira vez é como descobrir o cinema de novo. É sentir que um plano de um filme seu transmite mais emoção do que qualquer outro filme.

Em primeiro lugar todas as interpretações parecem reais e naturais. E essa naturalidade faz-se sentir mesmo neste seu filme mudo de 1930 - I was born but... Sendo um filme mudo, o talento dos actores revela-se fundamental (os gestos, as expressões dos personagens) sendo que quem melhor está neste filme são as duas crianças. Elas que inocentemente criam um conflito que vem destabilizar aquela família. Sempre a família no cinema de Ozu, especialmente nos relacionamentos entre pais e filhos.


Mais incrível é que o filme começa por ser uma comédia, para logo passar a algo mais sério. Fica o final, do pai sentado com ambos os filhos.

É sim um grande filme, mas não com as características mais conhecidas no estilo do mestre japonês – “o mais japonês dos realizadores”.


João Gonçalves (Modern Times)

sábado, 22 de outubro de 2011

City Girl (1930)



City Girl de F. W. Murnau. Um filme que fica na sombra de obras como Sunrise, Tabu ou Nosferatu. Não há diferenças entre qualquer um deles quando se atinge tal sentido lírico. Mais uma história, das mais simples, mas que nos consegue agarrar até ao fim. 80 anos passaram e o cinema já não é o mesmo. Já não é possível criar algo tão inocente como o rosto destes personagens.


O ambiente continua a ser o díptico campo/ cidade, em que para se ser feliz não é o local onde vivemos que será determinante para esta felicidade. O filme, que poderia ser nada mais do que uma história enquadrada nos padrões de filme de Hollywood, ganha corpo devido ao talento do alemão em que atinge o seu cume na sequência em que os dois apaixonados correm pelo campo. Para ver e rever. City Girl, tal como qualquer outro filme de Murnau que tenha visto, está na minha lista dos mais mais belos filmes do mundo.


João Gonçalves (Modern Times)

domingo, 16 de outubro de 2011

Lucky Star (1929)


Quase que não me arrisco a dizer o que quer que seja sobre Lucky Star de Frank Borzage. Não quando existem tão belas palavras de João Bénard da Costa (textos para ler e reler).

Sou suspeito. Adoro todo o ambiente do mudo. Mais do que o som, é o poder das imagens que me contagia. Os actores, as expressões, muito mais do que uma simples palavra.



Houve Murnau, Grifith e tantos outros que se afirmaram no cinema mudo, mas foi Frank Borzage que me fez apaixonar por estes filmes. Ele e o seu Lucky Star, depois de já ter visto tantos e tantos filmes desta época.

Uma história simples, nada mais do que contada vezes sem conta – o amor entre um homem e uma mulher. Surge logo a guerra, e o herói acaba por sair de lá paraplégico. Daí para a frente é ver o personagem de Janet Gaynor (belíssima) numa impressionante evolução, tornando-se mulher aos olhos de Tim. O que vem lá para a frente só visto, culminando num belo plano de Mary e Tim. Os flocos de neve são testemunha. O filme termina.



João Gonçalves (Modern Times)

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Tertúlia de Cinema VIII

Tema: Cinema Mudo


1º Lucky Star (1929)

Realizador: Frank Borzage
Ficha Técnica no imdb

Trailer:



A ter início em 15 de Outubro de 2011






2º City Girl

Realizador: F.W. Murnau
Ficha técnica no imdb

Trailer:



A ter início em 21 de Outubro de 2011





3º Otona no miru ehon - Umarete wa mita keredo

Realizador: Yasujirô Ozu
Ficha Técnica no imdb

Trailer:



A ter início em 31 de Outubro de 2011




Tertúlia planeada por João Gonçalves (Modern Times)